Por que você não está fazendo jogos?

Fazer jogos é uma atividade muito acessível. Tem computador, internet e dedicação? A porta está aberta para você. O número de desenvolvedores indie explodiu nos últimos anos, tem até gente que diz que está cheio aqui dentro. Por que você não vem se espremer?


“Não tenho equipe”

Faça sozinha. Lucas Pope fez Papers, Please com sua obsessão compulsiva e mais ninguém. É bem possível criar um jogo sem equipe. E se você encontrar uma equipe depois, seu conhecimento prévio de todas as etapas do desenvolvimento vai ajudar na comunicação com os outros membros.



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“Não tenho tempo”

Largue seu empr– desenvolva nos fins de semana ou no seu tempo livre. Tom Francis criou Gunpoint nos sábados e domingos. Não largue seu emprego, por favor. A chance de seu jogo ser um sucesso comercial é pequena, deixe pra abanonar o emprego quando tiver certeza do pagamento.

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“Programação me assusta”

Jonatan “Cactus” Söderström criou Hotline Miami no GameMaker, um programa de desenvolvimento de jogos. Tem também UnityConstruct 2Stencyl, entre outros. Você não precisa ser um gênio da programação para criar jogos, basta usar esses engines. O bom deles é que você não precisa fazer tudo do zero, eles cuidam da parte chata e você pode se concentrar no seu jogo. E tem milhões de tutoriais na internet, como este.

 

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“Não sei fazer arte ou música”

Pratique. É só desenhar todos os dias, muitas horas por dia, e em alguns anos você chega lá! Tá, essa não é tão simples. Eu desenhei muito porque gostava, mas com a música não me dei tão bem. Nesse caso, é melhor encontrar um amigo para formar uma equipe.

 

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“Não sei o que fazer”

Busque inspiração na sua vida. David Gallant fez um jogo sobre seu emprego chato: I Get This Call Every Day. Tá, ele foi demitido e acabou nem colocando o jogo no Steam. Mas temos exemplos mais próximos: A Behold Studios fez Chroma Squad inspirada nos programas de TV que os desenvolvedores assistiam quando eram crianças, e a JoyMasher faz jogos nostálgicos da era NES, como Odallus: The Dark Call. Quais são suas paixões? Faça um jogo sobre elas.

 

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“Sou muito nova”

Não existe idade mínima. Nelson Sexton criou Unturned com 16 anos. Duncan “hopoo” Drummond fez Risk of Rain com 19. Não precisa entrar na faculdade nem esperar se formar, é só fazer.

 

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“Sou muito velho”

Também não há idade máxima. Jonathan Blow lançou Braid com 37 anos, e está trabalhando em The Witness com 43. Claro, há pessoas ainda mais velhas na indústria de jogos, mas Blow é um bom exemplo porque sua idade influencia os jogos que faz. Ele cansou de shooters violentos e tenta fazer jogos mais maduros e importantes. Esse tom é raro e se destaca.

 

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“Já tentei, mas nunca consigo terminar”

Comece com jogos pequenos. Game jams são boas para isso: tem a Ludum DareGlobal Game Jam, entre outras. Elas te dão um tema e um limite de tempo curto para terminar o jogo. Derek Yu (do Spelunky) escreveu um artigo excelente sobre como terminar um projeto – o resumo é: use prazos para se motivar e corte tudo que não for essencial.

 

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“Fazer jogos não é pra mim. Não me encaixo no estereótipo do desenvolvedor”

Perfeito! Precisamos de jogos diferentes, e precisamos de pessoas diferentes para fazê-los. Anna Anthropy com Dys4iaPorpentine com Begscape e Zoe Quinn com Depression Quest mostram que as experiências disponíveis em jogos são muito mais variadas do que se imaginava. Se você não é “normal”, use isso como sua vantagem.

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“Não quero fazer jogos!”

Ah, por que não falou antes? Então não faça. Mas se quiser, agora sabe que não tem desculpa. Apertando bem, sempre tem um espacinho.



 
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Sobre o autor

Lucas Molina é desenvolvedor de jogos independentes e lançou recentemente Painters Guild. Seus jogos podem ser encontrados no site lucasmolinagames.com.